5 de dezembro de 2024

Conheça os 4 tipos de mercado e saiba como eles funcionam

No Brasil existem 4 tipos de mercado que são regulamentados pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN) formado por instituições públicas e privadas.

É de referir que o SFN tem por finalidade captar, distribuir e transferir recursos entre as pessoas físicas, empresas e governo. Ou seja, o órgão existe para viabilizar a intermediação financeira.

Para isso, ele conta com uma estrutura composta por três agentes: supervisores, normativos e operadores que são os responsáveis por regulamentar os quatro tipos de mercados que existem no país.

Como funciona a estrutura do SFN?

Conforme antecipamos, o Sistema Financeiro Nacional é composto por 3 agentes, sendo que cada um deles possui a sua própria função.

Os agentes normativos são aqueles que têm o papel de dar segurança nas intermediações financeiras, sendo eles: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros Privado (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).

Já os agentes supervisores são subordinados aos agentes normativos, e possuem a função de garantir que todos os integrantes do SFN sigam as suas determinações. Dentre os agentes supervisores estão:

  • Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
  • Banco Central (BC);
  • Superintendência de Seguros Privados (SUSEP);
  • Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC).

Há também os agentes operadores que são os responsáveis pela intermediação financeira entre si. Eles é que terão o contato direto com o público, ou seja, são os bancos, cooperativas de crédito, corretoras etc.

Os 4 tipos de mercado

Agora que entendemos quem é o órgão que supervisiona o mercado, vamos falar sobre quais são os tipos de mercado. Ao todo são quatro, chamados de:

  • Mercado monetário;
  • Mercado de crédito;
  • Mercado de capitais;
  • Mercado de câmbio.

Mercado Monetário

O mercado monetário, como o próprio nome sugere, é aquele responsável pela circulação de dinheiro no país. Isso quer dizer que é ele quem garantirá liquidez ao sistema financeiro.

O ator principal desse mercado é o Banco Central que executa a política monetária, determinando as taxas básicas de juros e a quantidade de moeda circulante na economia.

Vale dizer que a definição da política monetária impacta diretamente na lei da oferta e procura. Muito dinheiro circulando, representa mais aquecimento do consumo, e ainda que isso possa ser visto como menos desemprego, tem impacto direto na inflação.

Por outro lado, pouco dinheiro em circulação gera desemprego, mas também queda de preços, uma vez que o mercado está desaquecido. Encontrar o equilíbrio entre esses dois extremos é o papel do Banco Central.

Mercado de Crédito

É no mercado de crédito que ocorre o fluxo de recursos financeiros, sendo que o dinheiro tem origem nas operações realizadas entre as instituições financeiras e os clientes.

Vale dizer que a política monetária adotada pelo Banco Central interfere no mercado de crédito que é o responsável pelo fluxo financeiro propriamente dito.

Pois, quando o Banco Central decide elevar as taxas de juros para desestimular o consumo, ele está contendo a circulação de capital do mercado de crédito. Afinal, as pessoas vão poupar mais e tomar menos dinheiro emprestado, logo parte do dinheiro sai de circulação.

Vale dizer que o mercado de crédito é fiscalizado pelo Banco Central para garantir que as instituições financeiras estejam adotando todas boas práticas necessárias.

Portanto, apesar do mercado de crédito ser o responsável por colocar mais ou menos o dinheiro na economia na prática, isso acontecerá naturalmente ancorado no mercado monetário e aí se pode observar a correlação entre eles.

Mercado de Capitais

O mercado de capitais é basicamente as operações feitas na Bolsa de Valores. É onde as empresas vendem suas ações ou negociam debêntures em busca de recursos para investir internamente.

Note que há duas formas de uma empresa angariar capital: uma no mercado de crédito tomando dinheiro emprestado do banco, e outra no mercado de capitais por meio da abertura do seu capital.

Um dos pontos interessantes do mercado de capitais é que os investidores conseguem ter acesso a grandes empresas podendo se tornar sócios ou até mesmo credores delas. Para a empresa é uma maneira de conseguir dinheiro a um custo mais baixo.

Com o desenvolvimento do mercado de capitais, além das ações e debêntures, novos produtos passaram a ser negociados, como:

  • BDRs (Brazilian Depositary Receipts);
  • FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários);
  • Derivativos;
  • ETFs (Exchange Traded Funds);
  • Fundos de Investimento.

Quem é responsável por regular o mercado de capitais é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Destaca-se que a cada ano cresce o número de empresas abrindo capitais no Brasil.

Mercado de Câmbio

Por fim, há o mercado de câmbio que movimenta moedas estrangeiras no país. É nesse mercado que as empresas importadoras e exportadoras negociam as moedas, bem como as pessoas que vão viajar para o exterior.

Há ainda os investidores internacionais que investem em empresas brasileiras e investidores nacionais que investem fora do país e que precisam realizar a troca da moeda quando fazem a transferência de divisas.

O mercado de câmbio é dividido em primário e secundário. No mercado primário ocorre a entrada e saída de moeda do país. Já no secundário é onde há a realização de negócios entre instituições financeiras.

Nesse caso, a moeda estrangeira já está no país, e ela apenas migra de uma instituição a outra que são autorizadas a operarem com câmbio.

Conclusão

É possível concluir que na SFN os quatro mercados estão interligados, pois o mercado monetário interfere no mercado de crédito por meio de estímulos na taxa de juros que pode indicar melhores ou piores condições para investir ou emprestar dinheiro.

Além disso, a política monetária também pode atrair investimentos estrangeiros, aumentar o fluxo de moedas internacionais e como consequência fazer o real se valorizar frente ao dólar. Em sentido oposto, isso impacta diretamente na inflação.

Em um mercado com menos consumo, as empresas tendem a abrir menos o capital para expandir a produção, o que interfere também no mercado de capitais. Inclusive, em tempos de recessão as próprias ações se desvalorizaram.

Por isso, sob a ótica dos investidores é fundamental entender sobre os quatro tipos de mercado, pois de certo modo o impacto final pode ser uma oportunidade ou ameaça sobre seus investimentos.