24 de abril de 2024

NFTs: o que são e como funcionam os ativos digitais únicos?

Indo direto ao assunto, NFTs são ativos digitais existentes em uma rede blockchain que definem a exclusividade e a originalidade de um bem virtual.

Não conseguiu captar a mensagem? Sem problemas, vamos usar um exemplo para explicar o conceito de maneira mais simples.

Imagine que você foi ao show da sua banda preferida. O grupo está em ascensão e conquista cada dia mais fãs. Você tem a sorte de entrar no camarim e consegue fotografar o vocalista bebendo água logo após se apresentar.

Certamente, essa já é uma fotografia única e bastante valiosa para você, certo? Porém, se atrelar um NFT a ela, a imagem passa a ser considerada oficialmente exclusiva e original, pertencente apenas a você. 

Isso atribui à foto um status de escassez, aumentando o interesse e o valor financeiro para outras pessoas que também desejam ter um registro tão singular do seu ídolo.

Por conta dessas características, os NFTs estão relacionados à criptoarte, que é qualquer obra que pode ser tokenizada, ou seja, transformada em um token por intermédio de um blockchain.

Mas, se estão no mundo digital, se passam por um processo de tokenização, se são registrados em uma rede descentralizada, então, são um tipo de criptomoeda? Na verdade, não, porém, têm valor monetário e podem ser negociados como qualquer ativo digital

Como isso pode ser feito? Como funcionam? Como são criados? Onde vivem e do que se alimentam? Confira tudo isso agora!

O que são NFTs e como surgiram?

NFT é a sigla para o termo em inglês non-fungible token, em tradução para o português, token não fungível.

Esse é um tipo especial de token criptográfico usado para definir algo como único. A proposta da sua utilização é atribuir escassez a algum item virtual, que pode ser qualquer arquivo ou produto digital, tais como fotos, imagens, vídeos, artes, cartões colecionáveis. Não fungível quer dizer justamente insubstituível.

Os NFTs existem desde 2012, e estão relacionados ao conceito das moedas coloridas do Bitcoin. Caso ainda não conheça essa parte do mundo das criptos, essas moedas eram pequenas frações do Bitcoin criadas com o objetivo de gerar novas funcionalidades para esse ativo digital.

Na prática, elas eram usadas para negociação de trabalhos artísticos virtuais, a exemplo do famoso meme do sapo Rare Pepe. Esse processo abriu as portas para que novos padrões de tokens não fungíveis surgissem, chegando ao formato de NFTs que temos hoje.

Aqui, vale uma curiosidade! O mercado de token não fungível ganhou importante destaque nos últimos tempos após duas vendas milionárias de obras do artista Michael Winkelmann, mais conhecido como Beeple, que se tornou o responsável pelos dois NFTs mais caros do mundo até então.

O primeiro, chamado “Everyday’s: the First 5000 Days”, foi vendido por quase US$ 70 milhões, segundo publicação do site Future of Money/Exame

Isso aconteceu em março de 2021. Poucos meses depois, em novembro do mesmo ano, Beeple vendeu a segunda obra digital mais valiosa, “Human ONE”, por US$ 28,9 milhões.

Mas há outras com preços tão elevados quanto essas. A Forbes fez uma matéria com algumas delas, na lista estão:

  • CryptoPunk #3100 = US$ 7,58 milhões
  • Crossroads = US$ 6,6 milhões
  • Ocean Front = US$ 6 milhões
  • Tuíte de Jack Dorsey = US$ 2,9 milhões
  • Metarift = US$ 1 milhão

Como funcionam os NFTs?

Os NFTs funcionam com base na tecnologia blockchain que, basicamente, são blocos de dados que, juntos, formam uma corrente, e que possibilitam rastrear a troca de informações de transações realizadas digitalmente.

Isso acontece porque todas as movimentações feitas nessa rede são registradas em uma espécie de livro-caixa, ou livro-razão, que é exatamente o mesmo sistema usado com as criptomoedas.

A rede blockchain é descentralizada, isso quer dizer que independe de uma organização ou entidade única para direcioná-la. 

Também é considerada extremamente segura, uma vez que, ainda que se tenha acesso a um dos seus blocos, é preciso “desvendar” os códigos de todos os outros para conseguir acessar ou modificar o arquivo digital que ela guarda.

O que é preciso para criar um NFT?

O primeiro passo para criar um NFT é desenvolver a arte que, como dissemos, pode ser imagens, fotos, montagens e até GIFs. 

Em seguida, é preciso escolher qual blockchain utilizará para emitir os seus tokens não fungíveis. De modo geral, a rede Ethereum costuma ser a mais usada para isso, mas existem diversas outras como Tezos, Cosmos, Solana etc.

É preciso considerar que cada blockchain tem seus padrões próprios, bem como carteiras e marketplaces compatíveis. Isso quer dizer que, ao escolher uma, você não conseguirá vender o seu bem em outra.

Duas características bem importantes que um NFT precisa ter para chamar a atenção são raridade e escassez. Afinal, eles se referem a ativos digitais únicos e exclusivos.

Como comprar e vender NFT?

Para falarmos como é o processo de compra e venda de NFTs, é preciso explicar primeiro que esse tipo de token é similar a criptomoedas

A principal diferença é que as moedas digitais são fungíveis, ou seja, podem ser trocadas entre si. Além disso, têm o mesmo valor quando pertencentes à mesma categoria — por exemplo, um Ether sempre terá valorização igual a outro Ether.

Já um NFT funciona como uma espécie de certificado digital, que atribui exclusividade ao bem em todos os sentidos, incluindo o seu preço. Por isso, não são trocáveis entre si.

Assim, para comprar ou vender um token não fungível, é preciso encontrar uma plataforma especializada nesse tipo de negociação. 

Na compra, é necessário também considerar pontos como qual a carteira digital é indicada para armazenamento do ativo, e qual o meio de pagamento (alguns podem exigir que o bem seja pago em criptomoedas, outros em dólar, e assim por diante).

Quanto à venda, basicamente consiste em enviar o arquivo digital que contém a arte e seguir as orientações da plataforma escolhida para transformá-lo em NFT. Comumente é feito um leilão para comercialização de bens desse tipo.

Os NFTs também podem ser usados para criação de colecionáveis digitais e jogos. Por isso, é possível dizer que esse mercado está apenas começando e que ainda trará muitas novidades!

Este artigo foi escrito pela Bitso, exchange internacional de criptomoedas na qual você pode comprar, guardar e vender os seus criptoativos.