19 de abril de 2024

Como a amizade pode influenciar na nossa saúde mental

 Psicóloga lista 5 pontos importantes que a amizade exerce nas nossas vidas

Em 2011, durante a 165ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, dentro do tratamento da “Cultura de paz”, se reconheceu: “a pertinência e a importância da amizade como sentimento nobre e valioso na vida dos seres humanos de todo o mundo” e por isso estipulou-se o dia 30 de julho, em concordância com a proposta original promovida pela Cruzada Mundial da Amizade.

Desde então a ONU sugere aos países que adotem a data como oficial para comemorarmos o Dia Internacional da Amizade.

Não podemos negar que eles, os amigos, ocupam um lugar de destaque na nossa vida. Eles podem surgir na infância, adolescência, ou na fase adulta e nos acompanhar ao longo de toda a vida, muitos inclusive praticamente acabam fazendo parte da família.

A Psicologia Juliane Verdi Haddad comenta o quanto o sentimento de “amizade” pode trazer benefícios. “Uma Pesquisa de Harvard determinou a amizade como uma necessidade tão importante para saúde física e mental, como uma boa alimentação e exercícios físicos. Por isso, amigos são essenciais para a saúde do coração”.

Mas atenção, da mesma forma que um amigo pode exercer influências positivas e trazer benefícios para as pessoas, o contrário também pode acontecer. A psicóloga dá alguns exemplos de como a amizade pode influenciar na nossa saúde mental:

1 – “Quem tem um amigo, tem tudo”

Amigos nos fazem sentir que nunca estamos sozinhos. Com eles, além de vivermos momentos alegres, também nos sentimos acolhidos e fortes nos momentos difíceis. E quando sentimos que temos com quem contar, consequentemente nos sentimos mais protegidos e confiantes para ir adiante e enfrentar determinadas situações.

2 – “E um amigo de verdade, não se encontra por aí

Da mesma forma que as amizades podem trazer coisas positivas, elas também podem influenciar negativamente, mas isso sempre vai depender muito do psicológico de cada um. Quando um jovem não se sente aceito/compreendido em casa, por exemplo, pode ter a tendência de “copiar” o comportamento de pessoas fora de casa, principalmente se a sua autoestima for rebaixada.

Vale lembrar que a adolescência é um período de descobertas, de sair do ambiente conhecido e experimentar formas diferentes de viver. E normalmente os adultos (pais, avós, tios), querem conduzir a vida como sempre fizeram, o que leva os jovens a encontrarem em outros jovens a “vontade do novo” e assim além da identificação, sentem -se aceitos, pertencendo a um grupo.

3 – ‘Amigo é coisa para se guardar, debaixo de sete chaves”

Algumas pessoas costumam ter mais facilidade para fazer amizade do que outras, em ambos os casos, devemos levar em consideração o temperamento e as crenças que cada um desenvolve ao longo da vida. São aspectos determinantes nas relações pessoais, pois vemos o Mundo de acordo com as nossas próprias lentes.

As Pessoas com mais dificuldade em ter amigos podem ter uma grande resistência em confiar no outro, o que por consequência faz com que não se abram para as amizades. Ou ainda há aquelas que não se sentem boas o suficiente e por isso acabam se fechando no “próprio mundo” e negando a necessidade de ter amigos.

Uma pessoa mais tímida pode tanto ter vivido em um meio que a fez superar o medo de relacionar-se, como em um meio que a fez sentir -se ainda mais insegura, por isso as crenças são determinantes para os relacionamentos da vida adulta.

As amizades duradouras, geralmente são construídas com base na confiança e no amor. As memórias afetivas facilitam a confiança, mas a pessoa precisa ter essa capacidade de confiar. Para quem tem dificuldades com estas questões, a terapia pode ser uma grande aliada para trabalhar os aspectos sociais.

4 – “Valeu por você existir, amigo”

Não podemos esquecer que assim como um relacionamento amoroso, a amizade também é uma forma de nos relacionarmos, que envolve sentimentos e por isso quando há algum tipo de traição ou rompimento, isso pode nos causar danos psicológicos.

Na Adolescência as brigas entre amigos e afastamentos, tendem a causar muita dor e serem mais frequentes, pois a intensidade destas relações é muito forte e por consequência a instabilidade também.

No entanto, os adultos também podem sofrer com rompimentos de amizade e as alternativas são ajudar a pessoa a perceber o que essa situação causou em sua vida e, dar ferramentas para ela perceber que algumas situações podem ser mudadas caso ela queira. Ou então, mudar a forma de viver essa nova realidade para cessar o sofrimento.

É preciso também estar atento, pois quem tem mais dificuldade em falar não, medo de não ser aceito e admirado, tendem a ter amigos abusivos, mandões e controladores. É preciso termos relações saudáveis e de igual para igual, aprendermos que podemos falar “Não” e que os amigos verdadeiros, são aqueles que nos fazem bem.

5 – “Amigo estou aqui”

E quem nunca precisou de um ombro amigo, ou fez dele o seu “psicólogo particular”, que atire a primeira pedra. A psicóloga Juliane Verdi Haddad afirma que a importância da escuta amiga é indiscutível, pois desabafar e sentir-se ouvido por alguém que amamos nos traz alívio e muitas vezes nos mostra o melhor caminho naquele momento.

Mas vale reforçar, que o papel do psicólogo é diferente, já que estamos falando de uma escuta capacitada a tratar das questões psicológicas.

O Psicólogo tem uma proposta de trabalho, baseada no autoconhecimento e progresso do paciente, levando em conta um conhecimento de anos de estudo para entender o ser humano. Por tanto, as duas relações: tanto com o seu amigo, quanto com o psicólogo quando necessário, são muito importantes para uma vida saudável.